Parece tudo um grande pesadelo, entendes o que te digo?
Lembro-me quando era pequena e acordava a meio da noite por causa disso. Tapava-me até ao pescoço, mesmo que fosse verão. E acendia as luzes. Corria até ao quarto dos meus pais e chamava a mãe. A mãe acordava e voltava para a cama comigo e dizia - não existem monstros.
E é por isso que eu digo que é tudo como um grande pesadelo. Daqueles que podem desaparecer durante dias, mas que mais tarde ou mais cedo, voltam a aparecer e eu nem sei bem de onde ou porquê.
Não posso sair da cama e chamar a mãe porque tenho medo. Não posso contar-lhe o pesadelo que vivi. Não posso chamar a mãe, não posso. Não posso dizer - tenho medo.
Agora tenho de aprender a viver com o medo. Um dia vou saber e vou mentir. Vou dizer - não existem monstros. E um grande vive dentro de mim. Vou dizer - não tenhas medo. E eu própria vou ter medo.
Mas agora, não há volta a dar. Pode ser que um dia tudo seja já tão remoto que não me lembre de tudo. Vou lembrar-me sempre de algo mas, um dia, vai ser um algo pequeno. Vou esquecer como tudo aconteceu. Só pequeno pormenores que já deixaram de me assustar, vão aparecer. Eu sei que ainda tenho medo. Que tudo é demasiado recente para ter desaparecido. Ainda me consigo lembrar de tudo. Tudo tão nitidamente, mas não quero. Nem faço de preposito para pensar nisso. Acontece. Naturalmente.
Quando era pequena conseguia lembrar-me de todos os pesadelos que tinha, no entanto, hoje já não consigo. Lembro-me de um e muito vagamente de outros. Por isso, tenho esperança, que um dia, este pesadelo, este recente e real pesadelo se transforme e se evapore e eu acabe por esquecer.
Mas tenho medo, tenho medo que não se evapore e tenho medo que esteja sempre lá arruinando cada passo que dê rumo à felicidade. Mas eu tento muito esquece-lo, não quero que ninguém se lembre desse pesadelo. E, no entanto, sei que é impossível.
Talvez enquanto lavo a cara e me visto, sem nunca me olhar ao espelho, me vá esquecendo de tudo...
domingo, 30 de dezembro de 2012
quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
Dentro de mim existe "um lugar inquietante", é um sitio muito assustador e que evito ao máximo visitar.
Magoa, magoa muito. É lá que guardo tudo de horrível que se passou, é lá que te guardo - à tua verdadeira imagem, não aquilo que finges ser - e é aí que tu vives agora.
Acompanhas-me por onde quer que eu vá, mesmo quando não te quero ver ou sentir tu surges do meu lugar inquietante, apareces de repente e nem o maior exercito do mundo seria capaz de te derrubar.
Estas aqui agora, estiveste à pouco e, com certeza, estarás amanhã.
E, eu sei, é este lugar que me impede de seguir em frente como desejava, mas eu não sei como o retirar de dentro de mim.
Magoa, magoa muito. É lá que guardo tudo de horrível que se passou, é lá que te guardo - à tua verdadeira imagem, não aquilo que finges ser - e é aí que tu vives agora.
Acompanhas-me por onde quer que eu vá, mesmo quando não te quero ver ou sentir tu surges do meu lugar inquietante, apareces de repente e nem o maior exercito do mundo seria capaz de te derrubar.
Estas aqui agora, estiveste à pouco e, com certeza, estarás amanhã.
E, eu sei, é este lugar que me impede de seguir em frente como desejava, mas eu não sei como o retirar de dentro de mim.
sábado, 22 de dezembro de 2012
Ás vezes ainda te sinto dentro de mim.
Hoje é o dia.
Ainda sinto as tuas mãos a acariciarem o meu corpo, ainda sinto a dor.
Mas, acima de tudo, ainda sinto NOJO!
NOJO de mim. Ódio por ti, por mim, por eles.
Passo horas no chuveiro a tentar limpar-me de ti, tirar cada pedaço teu que ainda se encontra em mim.
Ás vezes gostava de arrancar a pele do meu corpo e queima-la.
Cortar cada resto de mim que ainda exista.
Destruir tudo o que tu começaste por destruir.
Hoje é o dia.
Ainda sinto as tuas mãos a acariciarem o meu corpo, ainda sinto a dor.
Mas, acima de tudo, ainda sinto NOJO!
NOJO de mim. Ódio por ti, por mim, por eles.
Passo horas no chuveiro a tentar limpar-me de ti, tirar cada pedaço teu que ainda se encontra em mim.
Ás vezes gostava de arrancar a pele do meu corpo e queima-la.
Cortar cada resto de mim que ainda exista.
Destruir tudo o que tu começaste por destruir.
segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
fuck you, X-mas
Só me apetece descarregar todas as minhas frustrações nas futilidades desta quadra. Apetece-me bater nos pais natais que encontro. Apetece-me destruir o altifalante do Palácio do Gelo que debita canções de natal sem parar. Mas, acima de tudo, quero gritar! Gritar, gritar, gritar!
sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
terça-feira, 4 de dezembro de 2012
domingo, 2 de dezembro de 2012
please, just leave
Por favor, sai de dentro de mim, evapora-te do meu pensamento, larga o meu corpo.
Por favor, eu quero seguir, SOZINHA!
Por favor, deixa-me de uma vez...
Por favor, eu quero seguir, SOZINHA!
Por favor, deixa-me de uma vez...
Subscrever:
Mensagens (Atom)